A maioria das mulheres e muitos homens têm, em alguma região do corpo, estrias que surgem em algumas fases da vida.
As estrias são evidências de que as células de sustentação, formada por colágeno e elastina, não conseguiram manter-se durante a fase de crescimento ou aumento de peso.
A pele pode ser comparada a um tecido que, se muito esticado, esgarça. O que acontece é que na derme, ou seja, na camada mais profunda da pele, há o rompimento das fibras de colágeno e elastina, que lhe dão elasticidade. A derme esgarça, tornando-se mais fina e atrofiada, como se fosse uma cicatriz. As estrias aparecem como resultado desse processo.
Na mulher, as estrias surgem em geral na puberdade ou na gravidez, momentos de maior estiramento da pele. Na adolescência, além de desenvolvimento muito rápido do corpo há o crescimento dos seios e o arredondamento das nádegas e coxas. Durante a gravidez, essas mesmas áreas e a barriga ganham volume. As regiões que mais crescem, e de maneira mais abrupta, são justamente as que estão mais sujeitas ao aparecimento das estrias.
Nas mulheres, os hormônios também contribuem para o surgimento das estrias. É o caso do início da produção de estrógeno e progesterona na puberdade e do aumento de alguns deles (como o estrógeno) durante a gravidez.
Outros fatores também provocam o estiramento da pele, entre eles a hereditariedade. Há uma tendência de membros de uma mesma família apresentarem esse problema. O aumento repentino de peso também provoca estrias. Homens e mulheres que ganham muitos quilos num período curto ou que emagrecem rapidamente provocam um estiramento rápido da pele.
Nos homens, o desenvolvimento do contorno corporal por meio de musculação pode causar estrias, especialmente na região dos bíceps, axilas e ombros. Nas mulheres, a musculação desenvolve menos, e mais devagar, a massa muscular, por isso dificilmente provoca estrias.
O que determina a gravidade das estrias é a cor. No começo, elas são avermelhadas ou arroxeadas, em forma de linhas de diversos comprimentos e larguras. Na sua fase inicial, as estrias têm um tom rosa-claro. É o primeiro sinal de que a pele está sendo rompida. Nessa fase, a pessoa ainda pode fazer muita coisa para evitar que o problema piore.
Quando as estrias surgem arroxeadas, é mais difícil evitar sua expansão, mas é possível tratá-las. Gradativamente, porém, assumem uma cor branco-nacarada. São estrias consideradas antigas, com mais de dois anos.
As estrias não regridem, isto é, o processo de formação não é interrompido, mas é possível adotar uma série de cuidados para tentar prevenir o problema. O uso de hidratante na pele é uma alternativa. Um tecido bem lubrificado não estria com tanta facilidade e, com mais elasticidade, suporta melhor as oscilações do peso e crescimento. O ideal é optar por hidratantes ricos em emolientes à base de colágeno, elastina, uréia, AHA's...
Uma alimentação saudável e rica em vitaminas, principalmente vitaminas E e C, ajuda na formação do tecido colagênico, dá mais elasticidade à pele e favorece a microcirculação da pele.
Manter o corpo bem hidratado por dentro (beber dois litros de água por dia), e por fora (usar cremes emolientes), utilizar bloqueadores solares, tomar duchas e alternar jatos de água fria e quente para ativar a circulação, evitar o uso de roupas demasiadamente apertadas, não fumar, praticar atividades físicas moderadamente e sempre usar sutiãs que sustentem o peso dos seios são atitudes que certamente irão evitar o aparecimento de novas estrias.
*Retirado do livro: Segredos da Boa Pele